A cia das Inutilezas

4 .Da Cia das Inutilezas
A Cia das Inutilezas, sob direção de Emanuel Aragão, sempre caminhou em direção a coisas pequenas que possam representar
aquilo que nos acostumamos a chamar de humano. A companhia, existente desde 2007, convida para este trabalho, vários
membros da Cia Teatro Autônomo, dirigida por Jefferson Miranda. Essa colaboração acontece pela similaridade na busca por essa
espécie de substância sutil que encontramos nas coisas pequenas. A tentativa de falar de pessoas no mundo, de personagens que
poderiam ser qualquer um de nós. De trazer o teatro para os dias de hoje, para as pessoas de hoje.
Meu avesso é mais visível que um poste, o quinto trabalho da Cia das Inutilezas, é um encontro radical com o cotidiano dos
habitantes da cidade do Rio. Uma busca por pessoas anônimas, não heróis de uma dramaturgia de outros séculos, mas sujeitos que
respiram o mesmo ar cinza que nós respiramos todos os dias. Que vêem o mesmo Céu azul, que fogem do sol cada vez mais
quente, que correm e se esbarram nas esquinas, que conversam sozinhos dentro de casa. Que inventam um telefonema para ouvir
a voz de quem quer que seja. Que sentem medo e saudade. Que sonham coisas, dormindo ou acordados. E que continuam, por
alguma razão, acordando no dia seguinte.