sexta-feira, 24 de dezembro de 2010


21 moradores solitários da cidade do Rio de Janeiro são convidados a produzir diários de suas vidas. Por uma semana, cada uma dessas pessoas produz dois diários. Um primeiro antes de sair de casa, imaginando tudo o que poderia acontecer do lado de fora. Tudo o que a cidade pode gerar naquele dia. Tudo o que se espera e se deseja. A espera de um amor possível em uma esquina, de uma nota de cem agarrada sozinha em um lambe-lambe, ou, simplesmente, de um dia calmo que acabe bem. E um segundo diário lembrando tudo o que de fato aconteceu. Ou aquilo que é possível lembrar. Aquilo que a retina e os ouvidos em meio ao tumulto foram capazes de registrar. O que o cérebro elegeu como algo que fica. Projeção e memória. A vida imaginada e a vida acontecida. Durante o mesmo período, 9 atores cumprem a mesma tarefa. Produzem dois diários de suas vidas por uma semana.
A partir desse material surge a proposta cênica de Meu avesso é mais visível que um poste. Um espetáculo teatral com interfaces com cinema, performance e literatura, cuja dramaturgia é construída a partir dos relatos desses sujeitos que caminham pelo mundo. Daquilo que esses relatos nos revelam sobre esses sujeitos.

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